A longevidade e as consequências desta conquista

Course #1

Atualmente as famílias têm assumido novas configurações e diminuído a quantidade de membros.

Há poucos anos quando se falava em famílias, pensávamos em um grande numero de pessoas, todas ligadas sanguineamente: eram pais, mães, avós, tios e tias, irmãos, primos e primas.

Nos dias atuais ao falarmos de famílias, nosso pensamento nos remete à família nuclear, ou seja: pai ,mãe, um ou dois filhos, e quando muito, um dos avós que passou a residir na família e que agora tornou-se parte dela.

Cada vez está mais difícil conciliar em nossas pequenas famílias a figura de um idoso.

Geralmente este personagem chega a esta família, não por escolha sua, mas porque foi a melhor (ou única) opção que se apresentou diante de seu processo de envelhecimento. Na maioria dos casos, é duro para o idoso, constatar que realmente precisa de ajuda para desempenhar atividades corriqueiras. É dolorido ser forçado a reconhecer que necessita de cuidados.

Nas grandes famílias era normal a presença do idoso, geralmente cuidado pelas mulheres casadas que ocupavam a figura da mãe que tinha como tarefa principal o cuidar da família. Era sua responsabilidade cuidar das crianças em seu crescimento e desenvolvimento escolar. Era sua responsabilidade cuidar do marido, enquanto provedor da família. Por conseqüências natural, era sua responsabilidade também cuidar dos que ficassem doentes e principalmente dos idosos.

Hoje, diante da crise econômica que enfrentamos, a maioria das mulheres além de realizarem todas estas funções dentro da família, também assumiram a responsabilidade de exercer uma carreira no mercado de trabalho, e assim contribuir no orçamento familiar.

Com isto a tarefa das mulheres, mães, na família teve que ser revista. Elas que já coordenavam todas as atividades da casa, agora precisam conciliar com as atividades extra-lar.

A rotina desta família torna-se mais acelerada, por isso a casa passa a estar grandes períodos vazias. Diante desta nova realidade, surge a questão: Como fazer para lidar com um idoso necessitando de cuidados, nesta família?

Este tem sido um dilema para muitas famílias, pois o idoso que na maioria das vezes representa aquela pessoa que doou e contribuiu para a formação dos valores morais e emocionais da família, neste momento está necessitando de retribuição desses cuidados.

Como encontrar um caminho que responda adequadamente ao dilema desta família?

O primeiro passo, com certeza é estabelecer um espaço de conversa, onde todos possam expor suas idéias e pensamentos. É primordial que todos entendam que esta é uma questão familiar e que são necessárias mudanças na rotina de todos. É também, muito importante compreender as necessidades daquele que é a pessoa principal da questão: o idoso. Compreender o que ele pensa, o que deseja e buscar conjuntamente, uma forma de suprir suas necessidades. Mas é de suma importância, respeitar, na medida do possível, os seus desejos.

Esta nova realidade cultural, por um lado criou estas questões e reflexões para a família moderna, mas de outro lado criou-se soluções alternativas, para aqueles que não encontram uma solução local.

Estamos falando das ILPIs (Instituição de Longa Permanência para Idoso). Elas estão cada vez mais presente e requisitada diante do aumento da população idosa no país.

O alongamento da vida, nada mais é, que o resultado de uma das maiores conquistas sociais do século 20. É o resultado do sucesso de políticas econômicas e sociais, que promoveu uma melhoria generalizada das condições de vida em geral, e de saúde em particular.

As ILPIs são casas que provê acompanhamentos oferecidos por equipes multiprofissionais, composta por nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, médicos e cuidadores. Além de cuidados, busca desenvolver um ambiente aconchegante de um lar.

A ILPI se transformou em uma tendência, principalmente para aqueles que precisam estar tranqüilos para desempenhar suas atividades diárias, sem a preocupação de ter deixado o seu ente querido idoso sozinho em casa. Diante desta realidade, muitas das instituições que estão ofertando tais serviços, oferecem o denominado serviço de creche, ou seja, o familiar deixa pela manhã o idoso e o busca ao final do dia. São mantidas as mesmas estruturas oferecidas aos demais usuários da ILPI, mas somente com a permanência do idoso durante o dia. É uma maneira de suprir os cuidados que o idoso necessita, mas mantendo o convívio com a família durante a noite e nos finais de semana.

Muitas famílias tem dificuldade de aceitar a ideia de colocar seu idoso numa ILPI, mesmo que provisoriamente (até se encontrar uma outra solução) ou utilizar a opção da modalidade de Creche. Mas o que está em jogo é a saúde do idoso, principalmente sua saúde emocional. Entre vários fatores que devem ser levados em conta, deve-se pensar: Promover atividades ao idoso é lhe proporcionar uma autonomia que ele tanto almeja reconquistar e é, ao mesmo tempo, uma demonstração de carinho para alguém especial para toda a família.

Por hoje é só. Em breve, tem mais.

Autora: Conceição Fernandes

Psicóloga - CRP: 06/132440

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