O Alzheimer e seus reflexos

Há alguns dias estive em uma ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos). Estava no local para visitar uma pessoa de minhas relações. Haviam muitas pessoas presente, entre idosos, funcionários e visitantes. Era o período da tarde e todos tomavam o “famoso banho de sol”, que por sinal estava muito agradável.

Chamou-me a atenção uma senhora contida em uma cadeira de rodas. Estava toda inquieta. Ela retirou as botas de camurça e em seguida se livrou das meias. Fazia movimentos como se tentasse se livrar de algo que a incomodava e que estava em suas pernas. Balbuciava uma frase mais ou menos assim: “tira isto de mim”, seguido de um pedido de socorro e ajuda, com um tremendo esforço para se livrar da cadeira.

Fiquei olhando aquela cena tentando pensar em algum tipo de intervenção, até que um dos responsáveis pela ILPI disse que ela era portadora de Alzheimer em um estágio bem avançado. Falou-me também, que todo final de tarde este comportamento se repetia.

Fiquei pensando em que momento da vida aquela mulher estava. O que era real para ela ? Que experiência estava vivendo?

Não tinha resposta para aquelas perguntas. Só podia pensar que era uma triste realidade. Experimentei naqueles instantes uma sensação de frustração e incapacidade.

Na busca por aprimoramento sobre Alzheimer , deparei-me com as dificuldades para cuidar de um membro da família portador de Alzheimer. É uma tarefa estressante. Seria como cuidar de uma criança pequena, onde é necessário mudar toda a rotina e dinâmica da casa para se adaptar à nova realidade. No caso do adulto, ocorrem alterações de valores e papeis, sem falar da dor da perda em vida de um ente querido, que, ao se esquecer de seus familiares , os tem como completos estranhos.

O papel do psicólogo é de suma importância para auxiliar a família no enfrentamento da doença e nos cuidados com o portador de Alzheimer.

No processo de evolução da doença, ocorrem muitas etapas. É preciso buscar formas de manejo para uma maior compreensão do estágio da doença e assim buscar a melhor forma de agir.

SUGESTÃO DE FILME : Para sempre Alice

Autora: Conceição Fernandes

Psicóloga - CRP: 06/132440

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